Eu te colho a cada dia
Como se colhe uma flor no campo...
E te devoro a alma
Aplacando minha voracidade
Na aurora ainda adormecida
Ressoa o perfume do verde encanto
E na elipse de lucidez
Vai a figura formando
A cada rutilar do vento,
A cada rugir do pensamento,
Teu nome tem gosto
Teu jeito, canto
Na confusão do doce timbre
Não querer que me adivinhes
Quero dizer-te me leva,
Me enleva à doce quimera!
Mesmo diante da ausente face
Ainda que sem ti, presente faz-se
Esse efêmero sorrir...
