quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Golpe de Estado


Um de nós quebra, o outro arruma
Um de nós chumbo, o outro pluma
Um de nós pede, o outro implora
Um de nós anda na corda bamba, O outro reza
Um de nós ri, O outro chora
Um de nós voa, o outro sola
Um de nós rico, o outro esmola
Um de nós queima no fogo do inferno
O outro apaga
Um de nós monstro, o outro belo
Um de nós prego, o outro martelo
Um de nós nada, o outro sobra
Um de nós perde a cabeça na vida, 
O outro acha
Um de nós puta, o outro padre
Um de nós sonha, o outro age
Um de nós veste, o outro tira
Um de nós teme as crueldades do dia
O outro encara
Sem um de nós o ciclo não fecha
Sem um de nós a conta não bate
Sem um de nós sou arco sem flecha
Sem um de nós meu cachorro não late não
Sem um de nós o ciclo não fecha
Sem um de nós a conta não bate
Sem um de nós sou arco sem flecha
Sem um de nós meu cachorro não late não
Um de nós pede, o outro implora
Um de nós gosta, o outro adora
Um de nós segue, o outro entorta
Um de nós queima no fogo do inferno
O outro apaga
Amém

Golpe de Estado é uma banda de rock e hard rock, brasileira formada em 1985. Muito se falou em “golpe de estado” tempos atrás neste país. E é exatamente disso que vamos falar aqui. Mas não daquele golpe de estado que envolve choro e ranger de dentes, mas de outro muito mais importante – tão importante que tem que ser escrito com maiúsculas: Golpe de Estado. E não é apenas por ser um nome próprio que o Golpe de Estado merece essa reverência. Afinal, estamos falando de uma das mais influentes bandas do rock nacional das últimas décadas. O talento e a criatividade de Catalau (vocal), Hélcio Aguirra (guitarra), Nelson Brito (baixo) e Paulo Zinner (bateria) renderam não apenas cinco discos de estúdio e um ao vivo, mas redefiniram a forma de se colocar “rock” e “brasileiro” na mesma frase sem que isso significasse um insulto a qual dos dois termos.